Mês da Luta Antimanicomial é celebrado com diversas atividades
Desde o final da década de 1970, maio é marcado como o mês de Luta Antimanicomial, celebrando a nova proposta de cuidado às pessoas com transtornos mentais a partir do fechamento de manicômios e do movimento de Reforma Psiquiátrica Brasileira. No Município, a Coordenação de Saúde Mental da Unidade de Gestão de Promoção da Saúde (UGPS) promove eventos com o tema “Saúde Mental e o Direito à Cidade: construções e reinvenções possíveis para o habitar em liberdade”.
A programação começa nesta quarta-feira (3), com uma roda de conversa na Escola de Gestão Pública de Jundiaí sobre “Trajetória e atualizações das ações da Reforma Psiquiátrica Brasileira – Diretrizes e desafios para seguirmos em frente”, com a psicóloga e precursora dos processos de desinstitucionalização no Estado de São Paulo, Mirsa Dellosi.
Na sexta-feira (5), das 13h às 16h, serão realizadas intervenção e caminhada na região central, com trabalhadores e usuários dos serviços de saúde mental da cidade. A ação também integrará o Sexta no Centro. Já no dia 11, das 8h30 às 17h, será promovido o Fórum da Luta Antimanicomial, no Sesc Jundiaí. As inscrições serão divulgadas em breve.
“Ao longo do mês, também participaremos de ações em outras localidades, como a marcha que ocorrerá na Avenida Paulista, na capital, e o InterCAPS, em Campinas. Anualmente, é importante celebrarmos esse novo processo de reorganização do modelo assistencial, lembrando que a preservação dos vínculos familiares e comunitários é a forma mais efetiva e humana de tratamento, e que a internação, quando necessária, deve se constituir como medida excepcional e o mais breve possível”, destaca o coordenador de Saúde Mental da UGPS, Alexandre Moreno Sandri.
Rede de atendimento
Em Jundiaí, a Política Nacional de Saúde Mental, amparada nos princípios do cuidado em liberdade e da reabilitação psicossocial, se materializa na Rede de Atenção Psicossocial. A partir da RAPS, são disponibilizados quatro Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), sendo dois serviços para adultos (CAPS III e CAPS II), um serviço para crianças e adolescentes (CAPS Infantojuvenil) e um serviço para pessoas com necessidades decorrentes do uso de álcool e drogas (CAPS AD III).
Também integram as Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Novas UBSs e Clínicas da Família, as equipes dos Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASFs) e do Consultório na Rua, as Residências Terapêuticas, as Unidades de Acolhimento, os leitos de retaguarda no Hospital São Vicente e no Hospital Universitário e os Centros de Convivência, entre outros equipamentos.
“É sempre importante lembrar que o cuidado em saúde mental demanda intervenções múltiplas, não podendo ser centrado em uma única oferta, uma vez que o objetivo é a melhoria da qualidade de vida do indivíduo. Desta forma, o cuidado também pode ser ofertado por meio de escuta acolhedora ao sofrimento psíquico, das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde, como auriculoterapia, práticas meditativas, fitoterapia e relaxamento guiado, e das atividades de convivência, como ações envolvendo atividades físicas, além das ofertas clássicas, de atendimento médico e psicoterapias, sejam elas individuais ou grupais”, acrescenta Sandri.
Em 2022, foram realizados cerca de 78 mil atendimentos à casos completos nos CAPS de Jundiaí e aproximadamente 13,5 mil atendimentos de pessoas com transtornos mentais leves e moderados nos equipamentos da atenção básica.
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)