Noiva realiza sonho e se casa em feira de Jundiaí
Em busca de homenagear o pai e as melhores lembranças da infância, uma noiva de Jundiaí elevou a ideia de “fazer a feira” ao reunir amigos e familiares um casamento especial no Jundiaí Mirim, uma feira livre da cidade.
Ao g1, a costureira Marlene Luiza Machado Gomes, de 54 anos, conta que o sonho de se casar na feira sempre existiu, pois o ambiente lhe traz lembranças especiais. Após alguns contratempos, a cerimônia realizada no domingo (14) contou até com a entrega das alianças por delivery, feita pelo primo da noiva.
De acordo com Marlene, a ideia de se casar em uma feira veio de lembranças que a acompanham desde a infância pois, quando mais nova, contava os minutos para que domingo, dia de ir à feira comer pastel com o pai e as irmãs, chegasse. Ao perder a figura paterna há oito anos, a vontade de homenageá-lo cresceu ainda mais.
“A gente vem de uma origem muito pobre, então comer um pastel na feira de domingo era muito bom. A gente ficava a semana toda esperando aquele dia chegar. Eu achava tudo aquilo muito lindo, aquele mundo de feira mágico porque tinha comida, tinha tudo. Aí surgiu [a vontade] dentro do meu coração”, relembra Marlene.
Após convencer o marido, família e amigos, Marlene precisou conseguir uma autorização do cartório para celebração no local.
“Fomos ao cartório com o coração na mão. A própria moça do cartório falou: ‘não, não existe casamento de domingo’. Aí eu falei que a internet estava mentindo, porque existe casamento no domingo. Ela conversou com o juiz e ele aceitou e foi só alegria”.
Marlene programou tudo o que uma noiva teria direito, como salão, maquiagem e a presença das amigas para dividir os momentos, mas não contava com o nervosismo que a atingiria durante o processo. “Imagina eu passar por isso aos meus 54 anos? Foi muito bom porque todos me ajudaram”, conta, rindo.
Depois de um contratempo, a cerimônia precisou ser feita no gramado ao lado da feira, com espaço para todos os convidados e até entrega delivery de alianças feita pelo sobrinho – ação decidida de última hora.
“Não foi possível porque os feirantes alegaram que atrapalharia a venda deles. Então eu disse: ‘vamos pelo menos passar pela feira, né?’ E foi isso que aconteceu. Foi tudo muito bom. Recebi muita energia positiva, graças a Deus eu consegui realizar meu sonho”, comemora.
“Eu senti a presença do meu pai lá, senti ele colocando a mão no meu ombro. Até precisei dar uma paradinha para poder aguentar. E não só com ele, mas para as minhas irmãs também, que perdi as duas. Elas também foram homenageadas”, compartilha a noiva.
Segundo Marlene, o único “problema” é que não foi possível comer o pastel após a troca das alianças. “No dia das mães não abriram a barraquinha de pastel, acredita?” brinca.
“O povo de feira é tudo de bom, aquela vibração boa, energia, foi muito emocionante. Eu gostaria de casar de novo”.
(Foto: g1/Imagem: OnSet Foto e Filmes/Divulgação)