Pesquisa de estudantes com abelhas tem desdobramento em projetos e vivências
Presentes nas escolas da rede municipal de ensino, as abelhas Jataí, espécie sem ferrão, enriquecem as aprendizagens e contato das crianças com o meio ambiente. Na Emeb Professora Maria Angélica Lorençon, no Corrupira, a turma do 4º ano A, da professora Graziela Leal, a partir das investigações e pesquisas das crianças, o trabalho com as abelhas tem tido diversos desdobramentos, dentro e fora da escola, ultrapassando até os limites do Município.
“Tudo começou em 2021, quando a aluna Lorena Mazzi identificou a primeira colmeia de abelhas sem ferrão, que eram da espécie Jataí. Surgiu então o nosso projeto de preservação e pesquisa com este que é o animal responsável pela polinização de 73% das plantas alimentícias, pelo algodão que usamos nas roupas, pelas gramíneas que alimentam o gado e, claro, pela produção do mel”, explicou Graziela.
Na escola, após a identificação das abelhas e pesquisas, a criançada aprendeu a montar ninhos e construiu uma “Vila das Abelhas”. Em seguida, a turma utilizou a estrutura e equipamentos do Fab Lab, laboratório de prototipagem localizado no Complexo Argos, para criar jogos pedagógicos – de tabuleiro e on-line – sobre a vila construída e um pega-pega com abelhas, além de confeccionar QR Codes de direcionamento para ambientes digitais com as informações da pesquisa dos alunos. O trabalho desenvolvido no Fab Lab fez tanto sucesso que a turma foi convidada a expor a iniciativa nas comemorações dos cinco anos do laboratório.
Outra atividade externa realizada pela turma, no início do mês, foi a vivência no parque “Cidade das Abelhas”, no município paulista de Embu das Artes. Lá a turma compartilhou as suas experiências e aprendeu que os primeiros registros da existência das abelhas datam de mais de 120 mil anos, em pinturas rupestres, e que os homens, provavelmente, teriam descoberto a existência do animal durante caçada a ursos que se alimentavam de mel nas montanhas.
Na última terça-feira (28), a convite, a turma participou da sessão da Câmara Municipal, para assistir à votação do projeto de lei de autoria dos vereadores Faouaz Taha e Paulo Sérgio Martins, que trata da importância das abelhas para o ecossistema, por meio da criação de campanha de preservação desses animais, do fomento à instalação de meliponários, da criação de áreas verdes e de ações de conscientização.
A gestora de Educação, Vastí Ferrari Marques, elogiou a iniciativa da educadora e da turma. “A ‘Vila das Abelhas’ e todos os seus desdobramentos são, na prática, o ‘Desemparedamento da Escola’ do programa Escola Inovadora. Por meio da investigação, a Graziela e toda sua turma conseguiram fazer as conexões necessárias para ligar as vivências ao Currículo Jundiaiense, levando os conteúdos pedagógicos vistos em sala de aula para fora dela e aproveitaram as potencialidades dos diversos ambientes dentro e fora da escola para potencializar as aprendizagens.”
Ainda segundo a educadora, até agora as crianças já catalogaram outras três espécies – Jataí-da-terra, mirim-preguiça e Iraí -, e outras três em fase de catalogação: Lambe-olhos, Solitária e Mandaguari preta. E o trabalho não para. “Também com apoio do Fab Lab, desenvolvemos um sensor para captar o movimento e contar o número de abelhas em frente à colmeia. São dados científicos importantes, para ver a quantidade dos animais, os impactos climáticos na movimentação, o motivo para a entrada e saída, se os números de chegadas e partidas batem, e, em caso negativo, quais podem ter sido as interferências”, concluiu a educadora.
Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí