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Brasil chega a uma década sem registros de raiva humana de origem canina

Publicada em 17/12/2025 às 09:12

O Brasil completa uma década sem registrar casos de raiva humana causado por variante viral canina, sendo um marco histórico para a saúde pública. Esse resultado é fruto de campanhas de vacinação de cães e gatos, distribuição gratuita de imunizantes, fortalecimento da vigilância epidemiológica e resposta rápida a possíveis exposições. Apesar do avanço, Laís Sampaio virologista e professora do curso de Medicina Veterinária da Estácio, alerta que o vírus continua circulando no ciclo silvestre, especialmente entre morcegos, o que mantém a necessidade de prevenção permanente.

Em Jundiaí, a vacina antirrábica é aplicada na VISAM durante todo o ano. (Imagem: Prefeitura de Jundiaí)

“A raiva é uma doença infecciosa grave e de evolução aguda que afeta o sistema nervoso. Ela acomete todos os mamíferos, incluindo o ser humano, e é transmitida principalmente pelo contato com a saliva de animais infectados, geralmente por meio de mordeduras. Arranhaduras e lambeduras também podem transmitir o vírus, e já houve relatos de contágio por aerossóis em cavernas habitadas por morcegos, que são considerados reservatórios naturais do vírus, mantendo o ciclo silvestre da doença. Existem mais de uma variante do vírus com circulação no Brasil, algumas delas associadas aos morcegos. Atualmente, no ciclo urbano da doença, cães e gatos tornam-se os principais transmissores, geralmente após contato com morcegos infectados. No ciclo rural, herbívoros domésticos, como bovinos e equinos, podem ser infectados, sendo um morcego hematófago, o Desmodus rotundus o principal vetor”, diz Laís.

A prevenção continua sendo o eixo central da estratégia nacional contra o vírus. “A vacinação é extremamente eficaz e fundamental, especialmente porque não existe tratamento efetivo após o início dos sintomas. Além de proteger o próprio animal, ela contribui para a segurança de toda a comunidade, contribuindo para a eliminação do ciclo urbano da raiva”, afirma a especialista.

De acordo com a professora, a imunização deve iniciar aos três meses de idade. Em cães e gatos, o reforço é anual. Já para os herbívoros domésticos, a vacinação torna-se compulsória em áreas onde há focos da doença ou risco epidemiológico.

Para a virologista, mesmo com os avanços, a atenção não pode diminuir. “A raiva segue sendo um problema de saúde pública por sua alta letalidade. A prevenção é sempre o caminho mais seguro. O controle depende de vigilância constante, vacinação antirrábica, educação em saúde, manejo do contato com animais silvestres e atendimento rápido das exposições humanas. A vacinação de animais domésticos e a profilaxia pré e pós-exposição em humanos são as medidas mais eficazes para prevenir casos de raiva. Vale lembrar que os profissionais de saúde expostos ao risco têm o direito de receber a vacinação preventiva”, finaliza.

  • Posto fixo de vacinação

A Vigilância em Saúde Ambiental (Visam) informa que Jundiaí segue as diretrizes válidas para todos os municípios paulistas, conforme orientação do Governo do Estado de São Paulo, que determinou a suspensão das campanhas anuais de vacinação antirrábica. Entretanto, o município mantém a vacinação de cães e gatos realizada diariamente em posto fixo, mediante agendamento prévio pelos responsáveis interessados, além das ações permanentes previstas no Programa Municipal de Prevenção da Raiva.

O posto permanente de vacinação antirrábica de Jundiaí funciona na sede da Visam, localizada na Rua dos Bandeirantes, nº 375, Vila Municipal. O atendimento ocorre de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. Tutores de cães e gatos com, no mínimo, três meses de idade podem agendar a aplicação da dose pelos (11) 4589-6340 / 6350.

Fonte: Assessoria de Imprensa da Estácio e Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de São Paulo


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