Dormir tem função antioxidante, aponta estudo
Um novo estudo, desenvolvido por pesquisadores da Universidade de Columbia, em Nova York, publicado nesta quinta-feira (12) pela revista PLOS Biology, traz uma conclusão pertinente sobre a função do sono: dormir tem um efeito antioxidante no organismo. Para chegar aos resultados, os cientistas utilizaram uma variedade mutante da drosófila, inseto mais conhecido como mosca-da-fruta, adaptada justamente para ter sono mais curto do que o normal – e encontraram novas evidências de como a falta de sono traz efeitos negativos para a saúde.
A conclusão principal foi que a privação do sono faz com que os animais tenham uma sensibilidade maior ao estresse oxidativo agudo – ou seja, uma noite bem dormida tem propriedades antioxidantes. Para os pesquisadores, o entendimento da relação entre dormir e o estresse oxidativo pode ser um passo importante na compreensão de doenças humanas modernas – de distúrbios do sono a doenças neurodegenerativas. O estresse oxidativo é uma condição de quando o organismo apresenta um desequilÃbrio entre a produção de reativos de oxigênio e sua remoção.
Os pesquisadores descobriram, ainda, que se trata de uma relação de mão dupla, ou seja, o estresse oxidativo também interfere no sono. É uma relação intrigante: o estresse oxidativo desencadeia o sono, que então age como antioxidante tanto para o corpo como para o cérebro.
Em tese, todo organismo vivo precisa de um equilÃbrio entre suas células, e perturbações nesse sistema podem provocar a produção de peróxidos e radicais livres, o que acaba danificando os componentes celulares. De acordo com os pesquisadores de Columbia, esse estresse oxidativo, resultado do excesso de radicais livres, pode levar a uma disfunção orgânica. “Se a função do sono é defender-se do estresse oxidativo, o aumento do sono deve aumentar a resistência ao estresse oxidativo”.
A atual pesquisa, portanto, mostra que sono tem propriedades antioxidantes, evitando justamente esses danos. Nos seres humanos, o estresse oxidativo é apontado como fator de predisposição a um espectro de doenças como Alzheimer, Parkinson, Huntington e aterosclerose.
(Fonte: Uol)