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Psiquiatra da Unicamp diferencia tristeza e depressão

Publicada em 14/09/2018 às 20:06

A segunda etapa do evento começou com um agradecimento às autoridades presentes e com a recordação de que Jundiaí abraçou 100% a causa de prevenção ao suicídio, como política de saúde pública. O prefeito Luiz Fernando Machado se pronunciou com brevidade. Recordou que abraçou a causa ainda deputado estadual e que depois de eleito prefeito, decidiu honrar a causa. “É preciso fazer do nosso dia a dia o quebrar do preconceito, dos tabus” – disse o chefe do Executivo, que também agradeceu os gestores e vereadores presentes, artistas e a superintendente da Rede TVTEC – TVE, a jornalista Mônica Gropelo. “Entendo que esse tema é e deve ser tratado sempre como política pública de Saúde”.

Depois, foram apresentados todos os palestrantes: Diógenes Martins Munhoz – Capitão do Corpo de Bombeiros;
Valdira Ferreira de Lima – Psicóloga e Tenente Coronel da Polícia Militar; Hugo Araújo Santos – Major da Polícia Militar; Karen Scavacini – psicóloga; Elaine Macedo – Coordenadora Nacional de Estudos do CVV; Neury Botega – Médico Psiquiatra da Unicamp; Fernanda Porto – cantora; Márcelo Várzea – ator; Felipe Cuqui – bailarino; no slackline – Flávio Henrique Sacramoni Peixoto (Pipo) e a mediadora –, jornalista Mônica Gropelo.

Prefeito Luiz Fernando Machado: prevenir o suicídio é política de saúde pública

A jornalista chamou o prefeito e a doutora Karen Scavacini para lançar a Colcha da Memória Viva que mostra que cada pessoa tem um rosto e cada rosto tem uma história. “A ideia é que a história das pessoas que morreram seja mais importante do que o modo como elas morreram”, explicou a terapeuta. Na sequência, Fernanda  Porto canta Roda Viva de Chico Buarque, reforçando o foco da noite. A Roda Vida que são as pressões do tempo, do coração, das pressões, das motivações e do grande mar que é viver.

As primeiras reflexões foram do doutor Neury Botega, médico psiquiatra da Unicamp, depois de texto a respeito do suicídio lido pela jornalista Mônica Gropelo. O tema foi “A tristeza transforma, a depressão paralisa”.  O especialista falou das diferenças entre as duas coisas. “Febre é um sinal de que algo não vai bem. Em mim, procuro o que está errado. Tristeza é assim. Que alguma coisa está difícil de ser encaixada. Em si, não paralisa. Então todo mundo passa pela tristeza e acaba saindo melhor”, adiantou doutor Neury falando da importância da tristeza e da dificuldade dos jovens de hoje em suportar o sofrimento. “A natureza da depressão é muito diferente. Ela pode chegar num momento da vida que parece que está tudo bem. Traiçoeira. Quem fica deprimido tem medo de nunca voltar a ser o que era. A depressão deixa inseguro. Até para coisas simples como pegar um carro e tocar por uma estrada. Deixa a gente com baixíssima energia. Nem sempre a depressão é triste”, comparou. SE

Segundo ele, a depressão tem várias faces. Mulheres pedem mais ajuda. Homens ficam calados. Bebem mais. Os velhos nem sempre ficam tristes. Mas se isolam. “A depressão em si paralisa. Impede de encontrar soluções. A pessoa fica tão sem perspectiva que a pessoa começa pensar em um modo de tirar a própria dor”, disse o autor do livro “Tristeza transforma, depressão paralisa”. “Suicídio não tem a ver com a morte, tem a ver com tentar eliminar alguma dor da alma de alguma pessoa”, acrescentou. (Por Pedro Fávaro Jr.)

 

 


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