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Funcionários que aprovaram barragem em Brumadinho são presos

Publicada em 29/01/2019 às 12:08

Cinco dias depois do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, que deixou 65 mortos e 279 desaparecidos, funcionários da Vale e engenheiros que atestaram a segurança da barragem foram presos em São Paulo e Minas Gerais. Os mandados de prisão temporária valem por 30 dias e foram expedidos pela juíza Perla Saliba Brito, da Comarca de Brumadinho da Justiça de Minas Gerais. “Verifico que é necessária a prisão temporária dos investigados por ser imprescindível para as investigações do inquérito policial. Trata-se de apuração complexa de delitos, alguns perpetrados na clandestinidade”, se manifestou.

Brumadinho pode se transformar na maior tragédia da história da humanidade em pouco mais de 30 anos

Em São Paulo, a Polícia Federal confirma a detenção dos engenheiros Makoto Namba e André Jum Yassua, que trabalham para a empresa alemã Tüv Süd, citada pelo próprio presidente da Vale como responsável por auditorias que “atestaram a estabilidade”da barragem que se rompeu no Córrego do Feijão. Os investigadores dizem ter encontrado na casa de Makoto Namba, vários recortes de jornais falando sobre o crime ambiental cometido pela Samarco em Mariana, há quase quatro anos. Foram colhidos ainda cartões de crédito, computadores e extratos de contas bancárias no exterior.

A dupla de engenheiros participou ativamente da avaliação de segurança do local. O relatório assinado por eles deu sinal verde para a continuidade da mineração na barragem número 1 da Mina do Feijão. Para as autoridades envolvidas no caso, são fortes os indícios de fraude.

Na região metropolitana de Belo Horizonte, outros três engenheiros foram presos. Augusto Paulino Grandchamp, geólogo e especialista técnico da mineradora; Ricardo de Oliveira, responsável pela gestão de meio ambiente, saúde e segurança do complexo; e Rodrigo Artur Gomes de Melo, que atua como gerente-executivo operacional. Os três trabalham diretamente para a Vale e também são suspeitos de irregularidades no licenciamento da barragem. Em nota, a Vale disse que está “colaborando plenamente com as autoridades” e que “permanecerá contribuindo com as investigações para a apuração dos fatos, juntamente com o apoio incondicional às famílias atingidas”.

Executivos soltos
Cinco pessoas foram detidas em menos de uma semana do desastre catastrófico, contudo, executivos e membros das secretarias responsáveis pelo controle de barragens e do meio ambiente de Minas Gerais continuam sem prestar contas na Justiça. O Brasil é o país com o maior número de ocorrências. Foram três acidentes com perda humana e graves danos ao meio ambiente desde 2014. Caso o número de mortes aumente, Brumadinho deve se transformar na maior tragédia da história da humanidade em pouco mais de 30 anos.

(Fonte: Hypeness; Imagem: EBC)


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