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Reflexão sobre feminicídio lota Teatro Polytheama, em Jundiaí

Publicada em 22/03/2019 às 21:21

Depoimentos e relatos de vítimas, entrevistas, reflexões a respeito do crescimento de violência física e mental contra mulheres, abalos, consequências emocionais, estupros e outras temáticas, marcaram a noite desta sexta-feira (22) no Teatro Polytheama, que abriu as suas portas para dialogar o “Feminicídio: quem ama não mata”, no Palco da Cidade. Evento promovido pela Prefeitura de Jundiaí, por meio da Assessoria de Políticas Públicas para Mulher.

Prefeito Luiz Fernando Machado lembrou a importância de abrir diálogo sobre assuntos pertinentes

Prefeito Luiz Fernando Machado destacou a importância de dialogar temáticas pertinentes

“O Palco da Cidade é um evento criado com a intenção de comunicar com as pessoas por meio da arte. O olhar desta noite é para o crime do feminicídio que teve aumento na cidade Jundiaí. Essa violência é crescente e presente. É assustador demais e é ainda pior quando encobrimos esses dados. Por isso hoje estamos aqui para dar visibilidade ao assunto. Isso não pode continuar acontecendo”, comentou na abertura o Prefeito Luiz Fernando Machado, logo após a fala de Penha Maria Camunhas Martins, Assessora de Políticas Públicas Para Mulheres, que afirmou os números crescentes e alarmantes, onde a cada 15 segundos uma mulher é agredida no país.

Entrevistada pela jornalista e superintendente da TVTEC, Mônica Gropelo, a defensora pública do Estado de São Paulo e coordenadora auxiliar do núcleo especializado de atendimento à mulher em situação de violência, Dra. Nálida Coelho, lembrou a importância de uma lei que trate do assunto, bem como em quais contextos o feminicídio acontece, visto que com uma taxa de 4,8 assassinatos em 100 mil mulheres, o Brasil ocupa a quinta posição em um ranking de 83 nações.

Já a psicóloga e também psicanalista Ana Claudia Fossen, resgatou a importância histórica do feminismo, enquanto um movimento social e democrático, que busca por equidade social. “O feminismo não é uma luta, porque ele é um movimento pacífico. Nós, feministas, não queremos um mundo dominado por mulheres. Que fique claro que nosso movimento é por direito e oportunidades igualitárias”, destacou.

Ao longo dos diálogos e reflexões, a noite também ganhou o impacto das intervenções artísticas realizadas pela companhia de dança MOV_OLA, do coreógrafo Alex Soares, que trabalha com um projeto de criação multimídia sob um palco espelhado, que leva o nome de #DevolveDuasHorasDaMinhaVida, além da artista plástica jundiaiense Christiane Grigoletto e da atriz e doula Carolina Ferreti.

Encerrando o ciclo de reflexões do Palco da Cidade, a professora de ética e filosofia da Universidade Estadual de Campinas, Yara Frateschi, reafirmou o quanto a violência pode ser muda, incapaz de construir algo positivo, pelo contrário, ela elimina e cala as pessoas. “Ela destrói a sociedade e a humanidade”, comentou. Sem deixar de fazer o recorte de raça e gênero, Yara também contabilizou que o número de violência contra mulheres negras aumentou em 54,8%, já em mulheres brancas, o número caiu em 9,6%, segundo o Mapa da Violência. “É necessário entender como o marcador de raça, opera contra as mulheres”, finalizou.

Com transmissão ao vivo na página do Facebook da TVTEC Jundiaí e do Teatro Polytheama, o evento alcançou o seu principal objetivo: dialogar sobre temáticas contemporâneas e urgentes, fazendo uso da arte, afeto e empatia.

(Texto/Imagem: Caroline Ferreira)

 

 

 

 

 

 


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