Menino autista ganha prêmio internacional de pintura
Um menino de 12 anos, morador de Catanduva, foi premiado internacionalmente em um concurso de pintura para crianças com autismo. Danilo Barbujani faz parte de um projeto na cidade que ajuda crianças e pessoas como ele a serem mais independentes.
O talento pela pintura foi descoberto há pouco tempo, quando ele começou a fazer aula de pintura no projeto para autistas Corujas do Bem.
A tela mais recente, batizada de Nascer ou Pôr do Sol, ganhou um prêmio internacional, que reuniu trabalhos de crianças do Brasil e dos Estados Unidos: o Festival Eyecontact de Artes para autista.
O prêmio foi uma medalha, um tablet e uma inscrição no Congresso Internacional que acontece neste mês em Ribeirão Preto.
O concurso no qual foi vencedor foi idealizado por uma brasileira que mora na Flórida há mais de 30 anos.
Quem ensinou Danilo a dar as primeiras pinceladas se encheu de orgulho com o prêmio. “Uma das diretoras do projeto dizia para a gente torcer, mas eu achava meio impossível, a gente ainda está começando o trabalho com ele, foi uma surpresa muito grande. Foi muito gratificante para ele e para mim também”, afirma a professora Silvia Rubiano.
A notícia trouxe alegria para todos os alunos do projeto. No local, as crianças vencem obstáculos, dia a dia, e toda conquista é comemorada. Na sala de aula, tudo é pensando para que eles tenham autonomia.
Ao todo, 30 crianças e adolescentes da região são atendidos no projeto que nasceu do desejo de uma mãe, que queria proporcionar uma vida mais feliz para o filho.
Corujas do Bem
O Projeto Corujas do Bem nasceu do sonho da locutora Mara Gabas, mãe de Rafael, 8 anos, autista. Ela sempre comentava em seus programas de rádio sobre os problemas de seu filho e as ouvintes conseguiram através do programa diagnosticar seus filhos e vinham na rádio para pedir ajuda.
“Quando montamos o projeto há dois anos tínhamos 10 crianças, que era o sonho da Mara, que queria ter uma escola em Catanduva com qualidade e montamos o projeto para as crianças terem um local para serem felizes e ter um futuro dentro de casa, ter relacionamento com a família”, afirma Renata Armiato, diretora do projeto.
O projeto gira em torno desse desafio de fazer as crianças com autismo desenvolvam a socialização, aprendam a se expressar melhor, e fazer coisas comuns.
De acordo com a mãe do Danilo, Eliane Barbujani, o próprio filho ficou muito mais seguro, mais feliz depois que começou a frequentar o projeto. Em casa ele e a mãe vivem juntos.
A mãe sempre esteve ao lado e enfrenta com ele todas as batalhas. Em casa, o passatempo preferido não poderia ser outro: no meio das cores e das telas.
“Ele é muito inteligente, a gente fica muito feliz. Quando soube da premiação fiquei surpresa porque tinha bastante criança concorrendo e ele ser o primeiro foi muita alegria mesmo”, diz a mãe.
(G1)