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Pais fazem vaquinha para garantir oxigênio portátil da pequena Alícia

Publicada em 26/04/2019 às 16:44

Francier Talles é garçom e trabalha à noite. Juliana Leite, sua esposa, é secretária e trabalha durante o dia. Os dois dão duro no trabalho e se alternam, incansavelmente, nos cuidados necessários com a pequena Alicia e sua irmãzinha gêmea, Martinne, de dois anos e quatro meses, que requerem atenção especial. O casal iniciou uma vaquinha online para comprar um oxigênio portátil e recarregável para Alícia poder passear e viajar para outros lugares e para comprar também uma cadeirinha de rodas.

Alícia, Francier, Martinne e Juliana – família modelo de determinação e fé

“Precisamos de recursos também para melhorar, ampliar, o local onde ela fica e se acumula muito oxigênio e também fazer as fisioterapias, porque é pequeno e algumas outras despesas pesadas. A vaquinha é por esses motivos”, esclarece a mãe das menininhas. Alícia ficou nove meses no hospital, depois que nasceu, em dezembro de 2016. Martinne sete meses. A primeira, nasceu com 26 semanas de gestação e 720 gramas. A irmã nasceu com 725 gramas e teve hidrocefalia.

Após a alta, Alícia voltou a ser hospitalizada outras seis vezes – por uma semana, 15 dias, um mês, com intervalos curtos. “Tudo isso a deixou bem debilitada e hoje, aos dois anos e quatro meses, ela está em tratamento fazendo mais fisioterapias motoras, com prioridade para as pulmonares, com o objetivo de reduzir o tempo de internações quando for necessário. Há duas semanas foi chamada pelo CER  Tatuapé – Centro de Estudos de Reabilitação, para uma sessão de oxigênio, de duas horas. O lugar é perto de sua casa. Outras associações não a aceitam, por falta de prognóstico ou por não possuirem o suporte para o oxigênio.

“Ela não interage, mexe os bracinhos e perninhas apenas, está ainda num processo de evolução”, conta Juliana.”A gente não sabe quanto ela vai evoluir, em razão desse quadro, mas a gente tem muita fé”. A vida da Alícia hoje se resume nas idas à fisioterapia, em consultar o neurologista. Em casa ela tem os cuidados das enfermeiras do Home Care determinado por liminar da Justiça, contra a empresa do convênio médico do marido de Juliana, já que ela e a irmã gêmea, Martinne, correm risco de morte.

“Meu marido trabalhava, tinha convênio. Conseguimos o Home Care. Mas ele saiu e a empresa médica suspendeu o atendimento. Fomos a justiça o obtivemos a liminar. Mas o plano de saúde, a concessionária, a está sempre recorrendo para derrubar a medica judicial”, informa a Juliana com a voz firme, mas meio emocionada

Juliana e Francier moravam em Artur Alvim, muito distante da área mais central da cidade de São Paulo, onde encontram todos os cuidados necessários para Alícia. “Então alugamos nosso apartamento por pouco mais que 900 reais, ainda pagamos por ele, e viemos morar na Bresser/Moca. Temos despesas altas com ela, porque o convênio médico não disponibiliza material para ela, ela toma Nutrini, bem caro e toma vários medicamentos, gaze, usa sonda para aspirar muitas vezes, gaze etc – ajuda que a gente recebe muitas doações”, diz.

Julina conta que Martinne teve hidrocefalia que também causou a paralisia cerebral. Recorda que teve dificuldades para que fosse feita a cirurgia na menina, por alegarem tratar-se de problema insolúvel e operação apenas de caráter estético. “Até que acabamos encontrando um médico que se interessou e ela foi operada. Reagiu muito bem.”Deu tudo certo na cirurgia e de lá pra cá ela tem tido muita evolução – ela tenta falar, ela sorri, está fazendo fisioterapia para andar. É uma história muito linda. Nossas filhas são duas guerreiras e nós as amamos muito”, garante Juliana.

A vaquinha online, pelo site VAKINHA (se você quiser acessar clique aqui) espera arrecadar para Alícia R$ 20 mil até dezembro de 2020. Mas, aberto em 24 de abril, o site já havia alcançado, até a publicação desse texto, 46,18% dos recursos buscados.

(Texto: Pedro Fávaro)


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