Jundiaiense fala sobre tensão no Chile onde mora há dois anos
O Chile entra no décimo dia seguido de protestos, nesta sexta-feira (25). As manifestações começaram com o aumento de 4% nas tarifas do transporte público do país. Milhares de manifestantes vão às ruas da capital Santiago e de diversas outras províncias, também afetadas pelos decretos de estado de emergência e de toque de recolher que a população insiste em ignorar e enfrentar como medidas autoritárias e arbitrárias do governo.
Faz dois anos que Felipe André de Souza mora no Chile. Ele é analista de compras. Trabalha no bairro de Providência, a dez quilômetros de onde mora, em Peñalolen, ambos em Santiago. Semana passada, quando foi comprar alimentos e cigarros num mercado próximo ao lugar onde reside, foi surpreendido por um protesto que rapidamente virou um saque. Conseguiu se recolher com a compra que havia feito.
“Completo dois anos no Chile agora em novembro. Vim para trabalhar. E aparentemente tudo estava tranquilo. Mas a situação parece bem complicada. Fora de qualquer controle. As manifestações começaram com saques, incêndios em carros, casas”, conta. “A polícia reage aos protestos e os confrontos são intensos. Aqui mesmo na rua onde moro. Dá para ver de onde estou. É bem assustador”, revela.
Felipe enxerga a situação como algo similar ao ocorrido no Brasil em 2013. “Aqui, como aí em 2013, tudo começou com o aumento da tarifa de metrô. Foi um aumento para 30 pesos, muito forte. É muito. Mas a insatisfação do povo não é só por esse aumento. Muitas coisas vem lá de trás. São antigas. A Educação está cara, a Saúde está cara, os ônibus de transporte público são péssimos, então houve uma espécie de despertar da galera, pessoas de todas as idades que estão reivindicando melhorias em todas essas áreas “, explica.
O jundiaense lembra que o risco de ser preso nas ruas é alto, em razão do toque de recolher e que, nesse momento, o fato de ser estrangeiro, também pesa bastante. “A gente corre o risco de ser pré-julgado pelas partes que estão se confrontando. Então o melhor remédio é ser prudente”, recomenda, lembrando que nesta quinta-feira começou uma greve geral no país.
(Fonte: TVTEC. Imagens: Cedidas por Felipe André de Souza)
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