Notícias | https://tvtecjundiai.com.br/news

Notícias

Para economistas, prioridade é evitar mortes e garantir renda à população

Publicada em 25/03/2020 às 21:11

Economistas, ex-presidentes e diretores do Banco Central e ex-ministros condenaram o posicionamento do presidente Jair Bolsonaro sobre a Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus. Em pronunciamento em rede nacional na noite de terça-feira (24), Bolsonaro fez um apelo pela “volta à normalidade” e á reabertura do comércio e das escolas. Na fala, ele chamou a doença de “resfriadinho”, contrariou especialistas, pediu o fim do “confinamento em massa” e culpou a imprensa por “espalhar pavor”.

Economistas afirmam, no entanto, que se a epidemia sair de controle, as consequências econômicas podem ser até mais graves, e que salvar vidas deve ter prioridade sobre a economia.

Pedro Malan, ex-ministro da Fazenda

“Hoje nós (precisamos) mais do que nunca de um poder Executivo com capacidade de coordenação, que não estejam em reiterados conflitos com o Congresso, com a comunidade científica, com a mídia profissional, com os fatos e com uma parcela expressiva da opinião pública.

O Brasil precisa hoje, mais do que nunca, de uma serena combinação de humildade e confiança por parte de suas lideranças. Humildade para entender a natureza das incertezas do risco que corremos. E, confiança na nossa capacidade de nos erguermos à altura dos desafios atuais que acho que não são poucos.

O que os brasileiros não precisam e não merecem nessa hora grave são desvarios e destemperos verbais por parte do Poder Executivo“.

Gustavo Loyola, ex-presidente do Banco Central (BC)

“Nesse momento, eu acho que o governo federal tem que agir e agir como se tivesse em uma guerra. Nós temos inúmeros cadastros no Brasil, a nível federal, a nível estadual, a nível municipal, de pessoas carentes que recebem algum tipo de transferência do Estado. Isso poderia ser mobilizado para assegurar uma renda mínima durante o período de três, quatro meses para esses trabalhadores”

Maílson da Nóbrega, ex-ministro da Fazenda

“Em primeiro lugar está o objetivo de salvar vidas; em segundo lugar, de pôr dinheiro nas mãos das pessoas, particularmente as de renda mais baixa, as menos favorecidas. Em terceiro lugar, salvar as empresas de uma quebra. Esse é o objetivo terceiro. O primeiro é salvar vidas. O presidente parece dar a impressão de que ele prefere contar os mortos do que contar os desempregados.

Acho que não é hora de pensar em ajuste fiscal, até porque a medida aprovada pelo Congresso, a proposta do poder executivo de decretar calamidade já geram autorização para o governo não cumprir a meta de resultado primário.”

(Fonte: G1. Imagem: Reproducão GN)


Link original: https://tvtecjundiai.com.br/news/2020/03/25/para-economistas-prioridade-e-evitar-mortes-e-garantir-renda-a-populacao/

Apoio