Coronavírus une Israel e Palestina em ações de solidariedade
A pandemia do coronavírus abalou g
randes estruturas da nossa sociedade. Muito além das questões de saúde pública, a Covid-19 devastou políticas e economias mundiais. Mas nem tudo são más notícias. Uma das uniões mais improváveis da geopolítica aconteceu graças à pandemia: Israel e Palestina estão coordenando ações de solidariedade para se proteger contra o coronavírus. As autoridades dos países inimigos comandam práticas de quarentena juntas para o bem comum da região.
A ANP (Autoridade Nacional Palestina) e o presidente israelense, Reuven Rivlin, mostram união no diálogo para reduzir os impactos do vírus na região. Em Gaza, 1 caso foi confirmado. Na Cisjordânia, a leste de Israel – na fronteira com a Jordânia -, 64 casos foram identificados e 1 morte confirmada. Em Israel, são mais de 2.300 casos da doença.
Mahmoud Abbas, presidente da Autoridade Palestina, coordenou junto de Rivlin o fechamento completo do Muro da Cisjordânia. A mais simbólica divisão entre Israel e Palestina foi completamente bloqueada por um bom motivo. Os profissionais palestinos que se deslocavam para trabalhar em Tel-Aviv ou Jerusalém foram impedidos de ir trabalhar em Israel.
“Tanto Palestinos quanto Israelenses entenderam, provavelmente pela primeira vez, que a única solução para que ambos fiquem seguros e saiam da crise da melhor maneira é a cooperação bilateral”, afirmou à National Public Radio Nidal Foqaha, Diretor Geral da Coalizão de Paz da Palestina em Ramallah, na Cisjordânia.
Israel tem muito mais recursos que a Palestina para lidar com a crise, por isso está fazendo doações para a Cisjordânia. Até então, já foram mais de 500 kits para testes, além de produtos de higiene pessoal e itens de proteção para as forças militares e agentes de saúde.
“O mundo está lidando com uma crise que não distingue pessoas ou endereços. Nossa capacidade de trabalhar juntos em tempos de crise também é prova de nossa capacidade de trabalhar juntos no futuro para o bem de todos nós”, afirmou o presidente Rivlin à imprensa israelense.
Os profissionais de saúde pública de ambos os domínios estão trabalhando juntos para conter o contágio do vírus. Segundo o Instituto Truman da Universidade Hebraica de Jerusalém, 63% dos moradores de Israel acreditam que o país deve ajudar a Palestina a superar a crise do coronavírus.
Ainda assim, a população palestina pode sofrer de maneira grave com a Covid-19. Em Gaza, há um déficit de mais de mil médicos. A região, com alta densidade populacional e poucas condições de infraestrutura, pode ser vítima de uma catástrofe. O Hamas fechou as fronteiras com o Egito.
Israel tem trabalhado com fortes medidas de contenção do vírus: existem ordens de isolamento similares às tomadas na China. O governo também anunciou que irá monitorar seus cidadãos através de geolocalização, como foi feito pelo governo de Xi Jinping e pela Coreia do Sul.
(Fonte e Imagem: Hypness)