O fotógrafo Júlio Montheiro morre aos 52 anos em Jundiaí

Depois de lutar heroicamente contra cinco acidentes vasculares cerebrais – o popular derrame – o repórter fotográfico e professor de Fotografia, Júlio Montheiro, perdeu  a batalha para uma Síndrome Respiratória Aguda Grave e, aos 52 anos deixa tristes e enlutados, nesta sexta-feira (15), a família e amigos, para uma jornada, num lugar, onde muitos creem, a luz é plena. Ele estava internado desde o começo do mês no Hospital São Vicente de Paulo.

O grupo de alunos que acompanhou Júlio nos momentos difíceis, formado por alunos e alunas, num ensaio ele já na cadeira de rodas

Colega de Júlio, numa das mais ousadas e inovadoras redações que a cidade já teve, a do Bom Dia Jundiaí, em 2005, o jornalista Fábio Pescarini que trabalhou com ele por mais de dez anos e atualmente é editor do Agora SP, parou seu trabalho em pleno fechamento na noite desta sexta, para lembrar como era o colega.

“Estou triste demais com a notícia. O Júlio foi mais do que um repórter fotográfico, era um estudioso da Fotografia, pensava em fotografia o dia todo”, comenta Fábio. Ele era um cara que analisava a pauta como um todo, antes de ir para a rua e quando a página de jornal era diagramada lá na frente. Eu tive um prazer enorme de ter participado da criação de um jornal com ele. Um privilégio”, comentou.

Outro jundiaiense,  profissional e catedrático em Fotojornalismo na Cásper Líbero, que passou pelos jornais de Jundiaí, foi editor-chefe de Fotografia em O Estado de S. Paulo e tem ótimas recordações de Júlio é Ari Vicentini. De certo modo, foi com Ari que Júlio começou a fazer escola.

“Conheci Julio Montheiro no Jornal de Jundiaí, eu era editor de fotografia e ele um entusiasmado fotografo, aliás essa é a memória que tenho dele – um cara que amava fotografar e mais ainda amava ensinar, tinha paixão… Julio era um cara zen, mas feroz em defesa da vida, da justiça, de seus sonhos”, garante Ariovaldo

DEPOIMENTO DA ALUNA

A fotógrafa Wagna Machado fez diversos cursos com o professor Júlio em 2014, 2015 e 2016 e não parou mais de atuar na area.”Ele incentivava muito a gente e explicava muito bem… Fizemos vários passeios fotográficos”, recorda, para deixar assinalado que o mestre criou aqui os ralis fotográficos

“Mesmo depois de dois AVCs continuou dando aulas, sempre muito dedicado e amigo. Ajudava tirando dúvidas mesmo a distância. Depois teve mais um AVC e nosso grupo do Ensaios Fotográficos o ajudava como podia. Inclusive fizemos um ensaio com ele na cadeira de rodas nos ajudando e dando dicas”, recorda a pupila de Júlio que cedeu fotos ao TVTEC News. (PFJr.)

Imagens: Wagna Machado (Fotógrafa profissional, ex-aluna de Júlio Montheiro)