Encontrada galáxia com ao menos duas super-Terras
A revista Science publicou na quinta-feira (25) a descoberta de um sistema planetário relativamente próximo da Terra. A 11 anos-luz de distância, é um bom candidato para observação com o James Webb e outros telescópios que começarão a funcionar nos próximos anos.
Os descobridores, uma equipe internacional de cientistas, detectaram pelo menos dois planetas ao redor da estrela GJ 887, uma anã vermelha com metade da massa do Sol e 1% de sua luminosidade.
Com essas caracterÃsticas, para serem habitáveis, os planetas devem estar muito próximos desse tipo de estrela. Os novos mundos, chamados super-Terras porque são rochosos como a Terra, mas maiores, com quatro e sete vezes sua massa respectivamente, levam 9,3 e 21,8 dias para completar uma órbita.
O primeiro estaria demasiado próximo para ter água lÃquida e o segundo estaria exatamente no limite, de modo que não seriam os candidatos ideais para encontrar os primeiros organismos fora do nosso planeta.
No entanto, o sistema de descoberta de exoplanetas usado pelos pesquisadores, que calcula sua presença ou tamanho a partir de sua influência nos movimentos da estrela, sugere a possibilidade da existência de um terceiro planeta com uma órbita de cerca de 50 dias. Este lugar seria menos hostil à vida em torno da GJ 887.
Encontrando ou não vida nesses novos sistemas planetários, o estudo de suas atmosferas nos permitirá chegar mais perto da forma da maior parte dos mundos do universo.
Na Via Láctea, nossa galáxia, três em cada quatro estrelas são anãs vermelhas como a GJ 887. Das milhares de estrelas que vemos à noite do lugar mais escuro da Terra, nenhuma é desse tipo.
Nem mesmo a Proxima Centauri, a estrela mais próxima do Sol e também uma anã vermelha, pode ser vista a olho nu. Nosso astro e os que se veem do nosso planeta são raridades dentro do cosmos.
Uma das circunstâncias que dificultam a vida perto de uma anã vermelha é sua instabilidade. As tempestades solares, como as que podem derrubar os sistemas de comunicação na Terra, são mais frequentes e intensas nessas estrelas e seriam uma ameaça à vida e até à existência de suas atmosferas.
O planeta Proxima b, no sistema da Proxima Centauri, tem fluxos de raios X 400 vezes superiores à Terra. No entanto, a GJ 887 é relativamente estável entre os astros desse tipo, de modo que seus mundos não seriam submetidos a quantidades tão intensas de radiação.
Guillem Anglada, pesquisador do Instituto de Ciências do Espaço, em Barcelona, e coautor do estudo, comenta que a era das descobertas de exoplanetas pode levar à descoberta de formas de vida simples dentro de poucos anos.
(Fonte: El PaÃs. Imagem: Europa Press)