Papai Noel dirige táxi em Jundiaà há mais de três anos
O taxista e eletrotécnico Elson Mateu dos Santos é jundiaiense da gema. Seu time do coração é o São Paulo. Está feliz com a arrancada do time no Brasileirão. Morador no Jardim São Camilo Novo, ele é casado com Edileine, tem 48 anos, três filhos – Rafael de 23 anos, Davi, de 22 e Talita de 18 anos. É taxista em Jundiai há sete anos. Era técnico em eletrônica, mas parou em busca de novos caminhos e deu certo trabalhar no táxi.
E há três anos é o Papai Noel dos táxis, na cidade, fato que o deixa muito mais feliz do que a posição do São Paulo, na tabela da Série. E ele começou a jornada acentando um desafio.
“Comentei com os colegas de ponto que Jundiaà podeia ter um Papai Noel do táxi. E eles me desafiaram: se você se vestir de Papai Noel, a gente compra as balas… Topei. No outro dia já cheguei com a roupa e cobrei as balas!”, conta. “Eles compraram e fui distribuindo doces meio sem jeito ainda”, completa.
No segundo ano, a coisa foi mais organizada. Elson fez um adiantamento com os taxistas do ponto e eles ajudaram com as balas e pirulitos. E foram três semanas de dezembro como o “bom velhinho” do táxi, até o Natal. Neste ano, por causa da pandemia, ele começou só 11 dias antes do Natal. “Se Deus permitir – e há de permitir -, volto o ano que vem”, prevê.
PASSAGEIROS
O motorista conta entusiasmado que a coisa mais engraçada é atender as pessoas da Terceira Idade e as crianças. “As pessoas mais velhas ficam encantadas quando entram no táxi, todo iluminado e encontram o Papai Noel dirigindo. Parece que elas voltam no tempo, que têm 12 anos…”, informa emocionado.
“As crianças vão à loucura. Conversam, pedem presente, pedem muitas coisas. Os meninos caixinhas de ferramentas de brinquedo. Eu digo que vou levar mas que eles precisam estar dormindo, para eu fazer a entrega. Eles ficam felizes, contentes”, acrescenta. O Papai Noel motorista tem um brinde, um saquinho com balas e pirulitos, que entrega no final da corrida e a gurisada fica radiante.
Entre as histórias, está a de uma passageira que recentemente entrou no carro muito triste. “Tinha quebrado o braço e estava indo fazer a fisioterapia. A hora que ela deu de cara com o Papai Noel – e eu a saudei com um ‘hô, hô, hô, bom dia!’ – ela desmontou, o semblante dela mudou, começou a conversar e no final da corrida agradeceu por ter transformado o dia dela em um dia alegre”.
Os passageiros adoram conversar, fazer perguntas. Um Papai Noel no volante quebra o gelo. E tanto que precisou até criar uma página no Facebook para atender a demanda. “Tem gente que pede pra mandar mensagem para as crianças. E tenho mandado”, assinala o motorista.
O caso mais pitoresco que conta Elson, neste ano, ocorreu nessa terça-feira (22). Ele estava parado no semaforo da perto do Vencedor, na Avenida São João. Ao lado, parou o carro com uma moça dirigindo. “A mãe abriu o vidro e avisou o filho – ‘o, filho, olha o Papai Noel aÃ!’. Eu cumprimentei, com o hô, hô, hô tradicional. E o menininho pergunto se podia pedir o que quisesse. Eu disse que claro. Que podia pedir o que quisesse. ‘O senhor me dá o seu carro de presente?’. Ele gostou de ver a iluminação dentro do veÃculo. Foi muito engraçado”, avalia o taxista bem humorado.
E tem gente que liga depois de usar o táxi pedindo mensagens para as crianças. E ele nunca nega. Tem uma porção de gravaçoes para elas. Porque como todo bom Papai Noel quer, como entregar como presente para todo mundo, um pouco de felicidade. Agora está pensando em como atender um pedido feito pelos pais, para aparecer também em outubro, no Dia das Crianças. “Tô bolando. Vou ver como fazer. Vou dar um jeito”, garante o motorista que vem fazendo a diferença para melhor na vida de muito gente e que pediu de presente, para o Papai Noel, o tÃtulo brasileiro para o tricolor paulista.
(Imagens: Arquivo Pessoal)