Saúde: dirigir alcoolizado é a segunda maior causa de morte no trânsito

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), São Paulo é o Estado com maior número de óbitos no trânsito e dirigir alcoolizado é a segunda maior causa. No ano passado, foi publicada uma Lei Ordinária que aumenta a punição para o motorista que causar morte dirigindo sob efeito do álcool. Com a lei, a pena pode variar de 5 a 8 anos de reclusão.

Antes da lei, a pena para o condutor que, sob efeito de álcool, causar a morte de alguém era de 2 a 4 anos

O professor do Departamento de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, Ricardo Abrantes do Amaral, comenta sobre o fato das pessoas continuarem bebendo e dirigindo. Ricardo explica que os acidentes continuam ocorrendo em razão da resistência por parte de alguns indivíduos, que pode se manifestar no excesso de confiança. “A pessoa já fez isso muitas vezes, nunca teve um problema importante ou se teve o problema foi contornado. Isso faz com que a pessoa ache que a lei não seja necessária para ela. A lei diz respeito a uma coletividade, então, todos os motoristas têm esse risco”, afirma.

Ainda, de acordo com o professor, o indivíduo que consome o álcool pode correr o risco de causar um acidente, e além disso, ter consequências que podem afetar outras pessoas, incluindo questões de saúde, físicas e financeiras.  “Muitas pessoas pensam que são imunes. Nesse sentido, os números de gravidade não ajudam muito e não repercutem na decisão da pessoa. O que vai decidir, nesse caso, são questões relacionadas à aplicação da lei. É muito comum que as pessoas bebam e dirijam, então, vão adquirindo confiança e acham que com elas nada irá acontecer”.

Para tentar amenizar os impactos, tomando como exemplo a cidade do Rio de Janeiro, o professor diz também que é necessário aumentar a fiscalização de maneira sistemática e efetiva.

(Fonte: Jornal da USP)