Especialista do Hospital Universitário alerta para o perigo da volta do sarampo
O estado de São Paulo está em alerta com a possibilidade de ocorrência de surtos de sarampo. Doença essa que já estava eliminada e voltou a se manifestar devido as baixas coberturas vacinais motivadas pelos movimentos contra as vacinas. Outro fator que acentuou ainda mais os números de casos é o COVID-19, que dificultou o cumprimento do calendário vacinal por parte dos pais.
Segundo a Organização Mundial da Saúde, diferentes países em todas as regiões do mundo reportaram 59.553 casos de sarampo em 2021. Nas Américas, de acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde, foram registrados 715 casos de sarampo em três países (Brasil, EUA e Guiana Francesa). No Brasil foram registrados 668 casos da doença em seis estados. Nos últimos cinco anos, o país observou uma queda gradativa da cobertura vacinal (CV) para a vacina tríplice viral (VTV), na primeira e segunda dose, em todo seu território e três estados permanecem com casos confirmados, incluído o São Paulo.
O sarampo é uma doença transmissível aguda, grave e extremamente contagiosa, causada por um vírus da família Paramyxoviridae. Segundo a pediatra e infectologista do Hospital Universitário de Jundiaí, Márcia Borges Machado os sintomas são febre alta acima de 38,5, prostração, exantema maculopapular (erupções avermelhadas na pele, que começam no rosto e atrás do pescoço e passam para o tronco e membros), tosse seca, coriza e conjuntivite não purulenta que podem durar em geral 7 a 10 dias. Outras complicações são otite, diarreia e encefalite.
É uma doença disseminada facilmente em áreas com alta densidade populacional e não existe predisposição quanto à raça, gênero e idade. A maior letalidade está associada às condições socioeconômicas desfavoráveis. O vírus do sarampo é altamente contagioso e, na presença de pessoas não imunizadas, pode manter-se em níveis endêmicos, com comportamento sazonal, produzindo epidemias recorrentes.
A transmissão ocorre diretamente de pessoa para pessoa por meio de secreções nas faríngeas expelidas ao tossir, espirrar e fala. “O tratamento é de suporte, com analgésicos, antitérmicos e se necessário hidratação venosa e antibióticos se houver infecção bacteriana secundária, por exemplo, pneumonia”, explicou Márcia.
A doença pode ser evitada através da vacinação. Os critérios de indicação de vacina são revisados periodicamente pelo Ministério da Saúde e levam em conta: idade, características clínicas da doença, ocorrência de outros surtos, ter adoecido por conta do sarampo durante a vida toda, entre outros.
O sarampo é uma doença que na sua gravidade, pode levar o paciente a óbito. Por isso, é extremamente importante não ignorar a importância da vacinação orientada. Esteja sempre em alerta e preparado.
(Fonte: Assessoria Hospital Universitário/Imagem: Reprodução/Internet)