Mauricio de Sousa lança coleção em braile de livros da menina cega Dorinha
Criador da Turma da Mônica, Mauricio de Sousa, de 86 anos, tem uma lista imensa de personagens, que encantam gerações de brasileiros. E cada revistinha das crianças do Bairro do Limoeiro traz histórias para divertir crianças e adultos também. Em mais de 60 anos de carreira, Mauricio ultrapassou a marca de 400 personagens com sua assinatura.
Entre esses, que figuram ao lado de Mônica, Magali, Cebolinha e Cascão, em 2004, surge Dorinha, uma garota com deficiência visual inspirada na educadora Dorina Nowill. Pois essa menina toda fashion, que usa uma bengalinha para se orientar e tem sempre ao seu lado o cão-guia Radar, une ainda mais os laços do cartunista com a Fundação Dorina Nowill sendo a estrela de uma coleção dedicada às crianças com dificuldade de visão.
“Desde que comecei a criar personagens com alguma deficiência, fui me interessando em conhecer melhor essas histórias para não passar uma imagem errada tanto para a criança que vive essa realidade quanto para as que têm um desconhecimento sobre o assunto”, conta Mauricio em entrevista ao Estadão. No caso específico da Dorinha, conta o seu criador, ao ter a ideia da personagem cega, procurou conhecer Dorina Nowill, que tem uma “linda história de luta pelos deficientes visuais”. Na fundação que leva seu nome, como explica Mauricio, estão os melhores especialistas para nos orientar com precisão. “Assim, resolvi inclusive dar o nome de nossa personagem lembrando Dorina. Ficou Dorinha, que é mais fácil para a criança guardar. Dorinha, embora criança, veio com a sabedoria que ouvi de Dorina.”
“Cada personagem que criei como a Dorinha (cega), o Luca (cadeirante), o André (autista), a Tati (síndrome de Down), o Humberto (mudo) e até um com distrofia muscular, que é o Edu, foram formatados através de muita pesquisa com acompanhamento de especialistas e vivência”, diz o artista. Segundo ele, “a criança começa a entender como esses personagens vivem e é incrível como elas começam a passar essas informações aos pais. Entender as diferenças é base para uma convivência e inclusão”.
(Fonte: Estadão/Imagem: Reprodução)