Complexo Fepasa recebe neste domingo (27) versão do clássico ‘Romeu e Julieta’ inspirada nas ruas
O palco da Sala Jundiaí, no Complexo Fepasa, sede da Unidade de Gestão de Cultura (UGC), recebe neste domingo (27), às 16h, a versão da Cia. Talagadá – Teatro de Formas Animadas do clássico de William Shakespeare “Romeu e Julieta. Com entrada gratuita, o espetáculo vem a Jundiaí, contemplado pelo Programa de Ação Cultural (ProAC), da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo.
Em meio ao lixo, tralhas e tudo mais que é descartado pela sociedade, cinco pessoas em situação de rua tentam subverter essa situação por meio do universo lúdico, no qual, suas figuras interpretam a si mesmas, utilizando-se de objetos, instalações, “assemblages”, música e performance para recontar, a seu modo, o clássico shakespeariano, cujo fim trágico é de conhecimento de todos, porém, as metáforas dos fatos que antecedem seu desfecho podem ser uma grande surpresa.
Segundo João Francisco Bozzi, da Cia. Talagadá, o espetáculo é um pretexto para se falar de temas tão pertinentes ao momento em que vivemos, como violência, intolerância, preconceito e discriminação em diferentes níveis e situações, para os quais a arte se faz tão necessária, seja como um artifício de fuga, engajamento político e social, ou, apenas, um modo lúdico de vingar a vida.
Desse modo, continuou Bozzi, buscou-se inspiração na vida e obra de Arthur Bispo do Rosário (1911 – 1989), negro, nordestino e pobre que foi diagnosticado como paranoico-esquizofrênico. “Ele viveu a maior parte de sua vida internado num manicômio e sobreviveu tanto aos tratamentos invasivos da época quanto ao isolamento físico e moral ao qual era submetido. Com seu fazer criativo, bordando, justapondo materiais e ressignificando objetos, fez de sua ‘lou-cura’ um modo de transcender sua existência num mundo paralelo, no qual, um dia também sonhou encenar Romeu e Julieta”.
“Romeu e Julieta”, na montagem da Cia. Talagadá, trata-se de uma obra concebida para a rua, com imagens, situações e figuras que compõem esse espaço, que também serviram como peças fundamentais e norteadoras para a concepção estética do espetáculo, que se utiliza de uma linguagem híbrida, coexistindo, em mesmo nível de importância, elementos do teatro, artes visuais, música e performance.
Assim, nesta interface do clássico de Shakespeare com o universo de Bispo do Rosário no espaço da rua, propõem-se ao espectador uma experiência cômica, lúdica e onírica, e uma reflexão política e social, na qual, mais que compadecer do amor impossível dos protagonistas, ele pense nas consequências dos atos que nós mesmos representamos, seja como “Capuletos” ou “Montéquios”.
A Sala Jundiaí tem capacidade para 180 pessoas. Não haverá distribuição de ingressos. A entrada se dará por ordem de chegada.
O Complexo Fepasa fica na avenida União dos Ferroviários, 1760. Mais informações pelo telefone 4589-6800.
(Fonte: Prefeitura de Jundiaí/Imagem: Divulgação)