Galeria de Artes do Polytheama recebe a exposição “O espaço que há entre as coisas”
Acontece nesta segunda-feira (18), às 19h, na Galeria de Artes Fernanda Perracini Milani (anexa ao Teatro Polytheama), o vernissage da exposição “O espaço que há entre as coisas”, reunindo as obras dos artistas visuais Dani Shirozono e Jeff Barbatto, selecionados pelo edital lançado no início do ano, pela Unidade de Gestão de Cultura, para a temporada de exposições naquele espaço cultural em 2022.
A mostra reúne nove obras que foram selecionadas pelos dois artistas, a partir daquilo que une e/ou separa; do que corta e daquilo que sutura; entre a menor frincha do chão e a maior fenda da terra, “guardadora das imensas águas, o mar” por sua vez, cercado por montanhas e vulcões.
Dani Shirozono propõe, através de sua pesquisa, um entendimento da paisagem como entre espaço. Tal compreensão parte de dualidades presentes em sua vida, como sua identidade nipo-brasileira, e seu trânsito constante entre duas cidades que continham lados da família mais ou menos brasileira, mais ou menos japonesa. Dessa forma, o meio do caminho foi o local confortável de permanência equilibrada. Esquivando-se dos polos, seu trabalho ganha forma nos relevos que surgem das camadas de parafina e tinta, revelando paisagens longínquas.
O processo criativo de Jeff começa por uma fissura de seu próprio corpo e se desdobra para o espaço. E é no percorrer olhando para o chão que ele extrai referências imagéticas, para a criação de suas pinturas expandidas, seus “percursos”. Nas generosas palavras de Júlia Lima, Jeff Barbato “na caminhada, mira não o horizonte, mas o chão, percebendo as rachaduras entre as camadas de cimento, asfalto, ladrilho e pedra, buscando nesses estreitos e rasos abismos encontrar a representação metafórica para as fissuras da vivência, para as fraturas do corpo, para as falhas da memória”.
A partir dessas relações do corpo-espaço, entre percursos e passagens, foi articulada essa constelação de trabalhos aproximados, não pela separação, nem pela união, mas pelo interesse mútuo nas trincas do espaço que há entre as coisas e que poderá ser visitada pelo público até 16 de agosto, com entrada gratuita, de terça a sexta-feira, das 9h às 12h e das 13h às 17h e aos sábados das 10h às 13h.
Os artistas
Dani Shirozono é natural de Viçosa, Minas Gerais. Artista visual e arte-educadora, é formada em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (2014), Dani Shirozono possui uma pesquisa que propõe um olhar sobre a paisagem e o percurso e suas implicações em se entender como parte deles, compreendendo esses elementos como território e espaço de pertencimento.
Em 2022 participou da coletiva “o encontro é um lugar impossível” no Centro Cultural Correios e realizou Dicionário entre-tempos, uma instalação de arte, nos vidros da biblioteca da unidade do SESC Jundiaí com coautoria de Marcela Monteiro. Participou da residência LAB 1 promovida pelo Kaaysá (2021), do Edital Meios e Processos da Fábrica de Arte Marcos Amaro (2020), recebeu a premiação especial do júri do Salão de Artes de Vinhedo (2018) e realizou sua primeira exposição individual através do Edital de ocupação da Galeria de Arte Fernanda Perracini Milani em Jundiaí (2015). Dentre as recentes participações em exposições coletivas, destacam-se o 27º Salão de Artes Plásticas de Praia Grande (2021) e o 17º Salão Ubatuba de Artes Visuais (2021). Expõe junto de Marcela Monteiro Passatempos para Aprender a Perder Tempo até 27 de Julho de 2022 no Sesc Avenida Paulista.
Jeff Barbatto é natural de São Bernardo do Campo, São Paulo. Vive e trabalha em Sorocaba. Bacharel em Artes Visuais com a pesquisa “Ensaio para uma fissura: da superfície à profundidade, uma poética’’ pela Faculdade de Arquitetura, Artes, Comunicação e Design da Universidade Estadual Paulista (UNESP) Bauru, realizando uma investigação da história e da estética das fissuras e da representação monstruosa da fissura labiopalatina no campo das artes visuais. Sua pesquisa em artes transita por multilinguagens, tendo o desenho e a fotografia como base para a criação de objetos, esculturas e pinturas expandidas. Propõe diálogos entre os lugares em que a fissura aparece e os fragmentos, acontecimentos e desdobramentos dessa insurgência, passando por searas como corpo, sexualidade e territórios urbanos. Com olhar sensível para o imperfeito, o incompleto, o impermanente e para tudo aquilo que é esquecido e deixado à mercê de si mesmo.
Em 2022 foi júri de premiação da III Mostra Coletiva de Artistas de Ubatuba, participou da residência artística portuguesa DEMONSTRA, produziu e expôs na coletiva Oo encontro é um lugar impossível” no Centro Cultural Correios de São Paulo e até 31 de agosto de 2022 participa junto de Aline Moreno da exposição “O vazio abarcado” na Casa de Vidro em Campinas com curadoria de Jurandy Valença.
Fonte: Pefeitura de Jundiaí