Nova exposição no Museu homenageia patrimônios e identidades de Jundiaí
A Unidade de Gestão de Cultura (UGC) traz para o Museu Histórico e Cultural – Solar do Barão a exposição inédita “Patrimônios Culturais de Jundiaí”. Com entrada gratuita, a exposição pode ser apreciada até o dia 15 de novembro e traz uma viagem em 12 salas por acervos que constroem múltiplas, porém nem sempre perceptíveis, identidades culturais de Jundiaí, rendendo uma homenagem a lugares e personalidades relevantes da História da cidade.
A visita começa em um ambiente dedicado a contar as origens de Jundiaí, explicando desde a referência do nome da cidade inspirado no peixe Jundiá até mapas com as dimensões da antiga vila de Nossa Senhora do Desterro, o traslado do auto de criação da vila e documentos que atestam a presença de quilombos – redutos de resistência à opressão a afrodescendentes – no atual bairro do Caxambu.
Na sequência, a exposição dedica-se ao Solar do Barão, edifício histórico onde o Museu está instalado. Além da explicação sobre a técnica milenar de taipa, usada na construção do prédio, este ambiente traz ainda a desconstrução de alguns mitos – como o do Solar como residência do Barão, quando na verdade era apenas sua casa de veraneio, e a de que Dom Pedro II teria dormido na cama ali exposta, desconstrução bem-humorada feita por um totem com a imagem do imperador.
Ainda sobre o Museu, a exposição traz os recortes jornalísticos que narram desde o seu tombamento, reforma e destinação ao uso museológico, até os esforços de Pedro Fávaro enquanto vereador e prefeito para este objetivo e, finalmente, a assinatura pelo prefeito Luiz Fernando Machado, em 19 de dezembro de 2021, da permuta que finalmente transferiu a posse do edifício das Irmãs de São Vicente de Paulo de Gysegem para a Prefeitura.
Em seguida, a exposição reserva-se ao Teatro Polytheama. O ambiente traz sua maquete; fotos para que o visitante compare seus períodos de derrocada e o de seu esplendor atual, além de plantas arquitetônicas e fotos da visita de Lina Bo Bardi, arquiteta ítalo-brasileira que assinou o projeto de sua revitalização.
Todo um ambiente é dedicado ainda ao Hospital São Vicente de Paulo, que, com 120 anos, é uma das instituições de saúde mais completas do interior paulista e que realiza, em média, 24 mil atendimentos mensais.
Outro ambiente ainda trata dos movimentos de ferroviários negros da Cia. Paulista na fundação do Clube 28 de Setembro. Não por acaso, o mesmo ambiente traz expostos dois tocheiros negros – figuras humanas em nogueira e ébano, com cristais de Murano, do artista vêneto Andrea Brustolon – que compõem o acervo do Museu, a fim de propor o diálogo sobre o tema à luz da Cultura e do respeito à dignidade humana.
Outros lugares de Jundiaí são homenageados pela exposição. Da Serra do Japi, o visitante pode conferir plantas, pedras e fotos de suas árvores e cachoeiras. Já do Arquivo Histórico da UGC, o visitante pode aprender como se dá a organização e preservação dos documentos e o planejamento de suas atividades e divulgação. E do Centro das Artes, onde se encontra a famosa Sala Glória Rocha, o visitante pode acompanhar o processo de revitalização em execução pela Prefeitura para o local.
“Patrimônios Culturais de Jundiaí” também traz uma extensa lista de personalidades homenageadas. Na sala dedicada ao Museu, o tributo vai desde as famílias Queiroz Telles, Paes (da qual fez parte e foi moradora a professora Ana Pinto Duarte Paes) e Brunherotto, até o jardineiro Adão e Albina Maria de Jesus, a Nhá Lau, senhora escravizada e símbolo de luta e resistência.
Outras figuras em destaque são Carlota Edith Barbieri, mais conhecida por Maria dos Pacotes, que ganha todo um corredor com fotos, recortes de jornais e livros e a reprodução de seus famosos pacotes, além de um painel interativo para que o visitante registre suas memórias com a homenageada.
Também são homenageados Milton Domingos, mais famoso pelo nome de Carlitos, que, com sua banda musical e humorística interpretava seu personagem inspirado em Charlie Chaplin; os desconhecidos João Pra Tudo e Daniel, o Trovador, que se tornaram famosos por ilustrarem reportagem da revista Sultana; e Sebastião Chignoli, também chamado de Tião Acordeonista, ferroviário e músico, por anos diretor artístico da Rádio Difusora.
Para encerrar, a exposição dedica uma de suas instalações a Zé Carioca, pseudônimo do músico jundiaiense José do Patrocínio Oliveira, eternizado por seus trabalhos com Carmen Miranda e pela inspiração na personagem dos estúdios Walt Disney.
Durante a visita ao Museu, o estudante Luiz Fernando Carvalho, de 11 anos, não teve dúvidas em escolher sua parte favorita. “A do Zé Carioca. Gosto muito de desenhos antigos e não sabia que ele era de Jundiaí. Isso é incrível”, comentou o jovem morador do jardim Eloy Chaves, acompanhado do irmão mais velho Pedro Henrique e de seus pais, os professores Soraia e Luiz Henrique.
O Museu fica na rua Barão de Jundiaí, 762 – Centro, e pode ser visitado, gratuitamente, de terça-feira a domingo, inclusive feriados, das 10h às 17h.
(Fonte/Imagem: Prefeitura de Jundiaí)