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No Dia de Prevenção ao Suicídio, Jundiaí pode ser apontada como vanguarda

Publicada em 10/09/2019 às 10:24

Instituído em 2003 como Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio pela Associação Internacional para a Prevenção do Suicídio e pela Organização Mundial de Saúde (OMS), com o objetivo de prevenir o ato do suicídio, através da adoção estratégias pelos governos dos países, a mesma data se transformou, na cidade de Jundiaí, em Dia Municipal de Prevenção ao suicídio, por uma lei do vereador Fauoaz Taha, em 27 de junho de 2017. O objetivo maior, em ambos os casos, foi o de prevenir o ato do suicídio, através da adoção estratégias governamentais e das comunidades.

auditório de teatro lotado

O evento lotou o Teatro Polytheama em 2017 e 2018 e a expectativa é que o interesse se repita neste ano

A causa foi abraçada pelo prefeito Luiz Fernando Machado desde 2016 e se transformou num evento que tirou o assunto do silêncio, reunindo todos os anos milhares de interessados no assunto, no Palco da Cidade que nesta sexta-feira (13), a partir das 19 horas, será reeditado no Teatro Polytheama, com o título Suicídio: As Dores da Alma, numa iniciativa da Prefeitura Municipal.

O principal objetivo do Palco da Cidade: Suicídio: As Dores da Alma é dialogar e quebrar os tabus criados na sociedade sobre falta de vínculos na infância, automutilação na adolescência e solidão no adulto. O evento é promovido e realizado em parceria entre a Unidade de Gestão de Promoção da Saúde, CVV – Centro de Valorização da Vida, com produção da TVTEC e Unidade de Gestão de Inovação e Relação com o Cidadão (Ugirc), Unidade de Gestão de Cultura e Teatro Polytheama. E com apoio da PM, FMJ, HU, Hospital São Vicente, Escola Divina Providência, Centro Budista Kadampa e imprensa local.

O encontro será gratuito e aberto ao público. Interessados devem retirar os ingressos gratuitos na bilheteria do Teatro, no dia 12 de setembro, a partir das 10 horas.

No mundo

Nesses 16 anos, dos 183 países integrantes da OMS apenas 38 pesquisados pelo organismo, entre eles o Brasil, contam com uma estratégia nacional de prevenção ao suicídio. Embora represente um aumento de quase 35% em comparação aos 28 países que, já em 2014, tinham estabelecido políticas públicas para lidar com o tema, o resultado ainda é considerado insuficiente pela OMS.

De acordo com a OMS, uma pessoa se suicida a cada 40 segundos, no mundo. Número que, conforme destaca o relatório, não representa fielmente a realidade, já que, para cada morte devidamente registrada, há muitas outras tentativas e óbitos que não chegam a ser contabilizados como suicídios.

Segundo a OMS, apenas 80 dos 183 países-membros dispõem de informações de “boa qualidade” sobre o tema, o que dificulta a elaboração de uma estratégia nacional eficaz. Ainda de acordo com a OMS, 79% de todos os casos mundiais se concentram em países de baixa renda – ainda que, por razões demográficas, as maiores taxas de casos por cada grupo de 100 mil habitantes tenham sido registradas nos países desenvolvidos e de maior poder aquisitivo, diz a organização.

Jovens

O autoextermínio já é a segunda causa de morte entre jovens de 15 a 29 anos, atrás apenas dos acidentes de trânsito, segundo a OMS. Globalmente, se analisados os gêneros, o suicídio é a segunda causa de mortes entre meninas de 15 a 19 anos (depois de problemas decorrentes da maternidade) e a terceira entre garotos da mesma faixa etária (superada por acidentes de trânsito e por casos de agressão).

Após avaliarem experiências bem-sucedidas em diversas nações, os responsáveis pelo relatório apontam que as formas mais eficazes de reduzir o número de suicídios incluem medidas para dificultar o acesso a alguns meios de se matar; a sensibilização dos meios de comunicação sobre a importância de abordar o assunto da forma correta; a oferta de programas que ensinem os jovens a lidar com as frustrações e problemas cotidianos e a identificação de pessoas sob risco, oferecendo-lhe todo o apoio necessário.

Dentre as medidas, a OMS destaca as restrições ao livre acesso a pesticidas como a mais eficaz, já que a letalidade desses produtos é muito alta. Dados internacionais apontam que a proibição dos produtos mais perigosos à saúde humana contribuiu para a redução das taxas de suicídio em vários países, como o Sri Lanka, onde, segundo a OMS, uma série de medidas restritivas reduziram em cerca de 70% a taxa de suicídio, ajudando a salvar em torno de 93 mil vidas entre 1995 e 2015. Outra fonte de preocupação dos especialistas em todo o mundo é o acesso às armas de fogo.

No Brasil

Desde 2006, quando foi publicada a Portaria nº 1.876, o Brasil conta com diretrizes para a prevenção ao suicídio. A norma estabelece que as medidas devem ser implantadas em todas as unidades da federação e incluir, entre outras ações, medidas de promoção de qualidade de vida, de educação, de proteção e de recuperação da saúde e de prevenção de danos, a fim de fazer frente aos casos de suicídios, classificados como “um grave problema de saúde pública, que afeta toda a sociedade e que pode ser prevenido”.

No ano de publicação da portaria, o Ministério da Saúde apontava o “aumento observado na frequência do comportamento suicida entre jovens entre 15 e 25 anos, de ambos os sexos, escolaridades diversas e em todas as camadas sociais”, como uma razão para a adoção de diretrizes nacionais.

ASSISTA A ÍNTEGRA DO EVENTO DE 2018

“SUICÍDIO: EPIDEMIA CALADA – ESCUTAR É UMA SAÍDA” 

(Fontes: OMS, Agência Brasil. Imagem: TVTEC)


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