TVTEC: mais de 100 pessoas na fila para inscrição, antes das 11 horas
Por Pedro Fávaro Jr.
Antes das 11 da manhã, desta quarta-feira (4), uma pequena multidão de mais de 100 pessoas se acomodava no “Beco do Michael” em uma das salas do 1.º andar da TVTEC. Sentado entre as 30 primeiras pessoas, está Rafael Ribeiro dos Santos, motorista de Uber, que não vai se inscrever para nada. Ele cuida de Ana Elise, de três anos, e traz no colo o pequeno Téo, de sete meses.
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Enquanto ele tenta contar sua história, o pequeno Téo brinca sem parar no seu colo e, Ana Elise, sentada ao lado, não para de tentar, ela também, dar entrevista. “Eu já peguei uma câmera e já fotografei”, conta orgulhosa a pequenina, com um sorriso largo de satisfação. Na sala ao lado está, Kethlyn, 21 anos, mãe das duas crianças, já entre as pessoas da segunda leva de entrevistados. Ela é fotografa profissional de eventos e produz também ensaios.
“Estou me inscrevendo para o curso de Assistente de Produção Audiovisual”, informa. “Minha vida é atrás das câmaras e quero procurar novas áreas de trabalho, no que gosto de fazer, procurar novas oportunidades. Meu sonho é dar uma vida melhor aos meus filhos e um dia trabalhar numa televisão fotojornalismo”. Ela foi se inscrever por ver uma alternativa no curso – interrompeu o curso de jornalista na Unip para cuidar dos filhos.
IMPOSTO QUE VOLTA
A publicitária Suelen Muzaiel, de 34 anos – filha do conhecido empresário de Comunicação da cidade, jornalista e radialista Tobias Muzaiel –, esperava pacientemente a vez para se inscrever. Casada, sem filhos, ela busca se aprimorar na área de mídias sociais. “A busca de aperfeiçoamento na minha área é um dos motivos de eu estar aqui. Mas outro bom motivo é o fato de poder fazer um curso desses de graça, de receber de volta o imposto pago como cidadã”, comenta.
Aos 61 anos, Angelino Garcia, casado, pai de três filhos e com um neto, sonha em tirar colocar efetivamente, no mundo online, as ações como católico militante, na Pastoral do Mundo do Trabalho. Estava na TVTEC para se inscrever no curso de Assistente de Produção Audiovisual. “É preciso saber trabalhar e montar o material para não perder as imagens, fotos que a gente faz”, conta.
Atua na área desde 1992, dando cursos de profissionalização em diversos bairros. “A gente precisa mostrar mais esses cursos. Está faltando divulgar mais e melhor esses trabalhos, para dar acesso àqueles que precisam”, complementa.
MELHORAR A COMUNICAÇÃO
O jornalista Rui Antônio Ferreira estava na fila para se inscrever no curso de Prática de Mídias Sociais. “Como profissional acho que meu dever é informar, entreter as pessoas, buscar sempre a melhor forma de comunicação”, afirma. “Não que os impressos ou rádios vão acabar, mas o mundo vem se transformando, existe a plataforma digital, da internet, a gente precisa estar atualizado”, pondera. Para ele, o mundo do jornalismo impresso está offline ainda. “Precisa encontrar caminhos para se expressar nas redes sociais”.
Como ele, outra jornalista, Gisele Floriano, há 30 anos no mercado, desempregada, foi se inscrever no curso de Edição de Vídeo para Mídias Sociais. “Esse pode ser um caminho para melhorar, adequar o jornalismo impresso ao mundo digital”, acredita a profissional. Casada, sem filhos, ela sonha em se manter na área profissional que escolheu, razão pela qual busca sempre se atualizar.