Rede TVTEC: inovação e empreendedorismo com força jovem
Por Pedro Fávaro Jr.
Aos 21 anos Isabela Nutti, chamada de Bella em casa, na escola e no trabalho, é a coordenadora dos cursos da Rede TVTEC de Jundiaí (a primeira escola de qualificação em tecnologias digitais e produção audiovisual pública, municipal, em parceria com o Centro Paula Souza), inaugurada em 9 de agosto deste ano. Aliás, ela é professora contratada pelo Centro Paula Souza. É uma espécie de jovem prodígio: formada em Produção Fonográfica com as melhores notas e sendo a primeira de sua turma, no Centro Universitário de Belas Artes, ganhou uma bolsa para a pós-graduação de um ano e meio em Consultoria de Imagem e de Estilo.
Ela acredita que a tecnologia e as redes sociais, como meios de formação, são instrumentos eficazes de redução da vulnerabilidade e da exclusão social. Torce para que a Rede TVTEC termine o ano com pelos menos mais 60 alunos matriculados em seus cursos de assistente de produção audiovisual, edição de vídeo para redes sociais (já com 60 alunos) ou nos de grafite cenográfico, fotografia digital e práticas de mídias sociais.
LEIA TAMBÉM
Rede TVTEC: alunos de produção visual põem a “mão na massa”
Faz cursinho. Prepara-se simultaneamente para entrar numa faculdade de Fonoaudiologia e, na sequência, pretende se dedicar à Musicoterapia. “Quero cuidar de crianças excepcionais e idosos com doenças como a Síndrome de Alzheimer, para mostrar o poder que a música tem de transformar situações, de agir, produzindo endorfinas, melhorando sempre as atividades cerebrais. É uma aposta e vou estudar para isso. A neurociência tem avançado e mostrado a importância desses impulsos na vida das pessoas, capazes de fazer uma pessoa sem memória, idosa, tocar decorada uma peça de Mozart, por exemplo”, pondera.
A simplicidade e os modos contidos, atrás de seus óculos pós-modernos de hastes azuis, escondem um pouco o vigor da juventude e a pessoa organizada, cheia de projetos e de metas que é Bella. Sonhos? Ah, claro! Um dos sonhos de Bela é o de ser compositora e cantora, razão pela qual ela se dedicou ao estudo da produção fonográfica.
Porém, o gênero de Bella, como diz o apelido, está longe dos que fazem sucesso comercial e de público atualmente. Ela gosta do belo, até para fazer valer o codinome: o belo clássico, o belo popular, o belo com missão. Não o simulacro do belo, os batidões construídos como caça-níqueis pela indústria da música que enganam cérebros, mentes e corpos. “Música por dinheiro, só para enriquecer, não é arte. Foi avaliando esse cenário, que decidir fazer um caminho para a musicoterapia”, explica.
Não. Ela não se julga um gênio, uma pessoa anormal. Apenas uma pessoa determinada que segue o caminho até alcançar seu objetivo. Namora firme faz dois anos e meio com o seu “médico”. Tem a certeza de que não existe quem possa garantir o futuro. E, como mulher, tem um sonho ainda maior do que o de ser cantora e compositora: quer ser mãe. Entende haver quem não queira, no cenário da sociedade líquida de hoje. Respeita a liberdade de quem pensa diferente, como uma das suas duas irmãs. É a mais velha. “As pessoas são livres e eu as respeito. Eu, porém, quero e vou ser mãe. É outro projeto meu. Talvez o mais sério”, diz Bela.