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TVTEC: pequenos equipamentos são surpreendentes, diz professor

Publicada em 18/09/2017 às 15:09

Por Rafael Amaral

O professor Luis Felipe Amaral, do curso de Assistente de Produção Audiovisual da TVTEC, defende, na entrevista abaixo, que nenhuma câmera é mais fácil de usar que a do próprio celular que a pessoa carrega. “Isso garante que o momento seja registrado em alta qualidade, com muita velocidade e capacidade única de ser compartilhado em tempo real, sem que seja necessária uma grande equipe para que isso aconteça”, opina. Acompanhe abaixo a entrevista completa.

Para o professor, apesar da boa tecnologia, conteúdo continua sendo primordial para quem produz vídeos

Com os equipamentos leves e com grande qualidade, o que mudou na vida de quem produz vídeos e trabalha na área de audiovisual?

Sempre acreditei na importância do conteúdo nas produções audiovisuais. Nos dias atuais, com a portabilidade das câmeras, com as possibilidades infinitas dos novos aparelhos celulares e maior acesso a gadgets que possibilitam uma ótima qualidade de gravação, a audiência tende a valorizar ainda mais a relevância do que está assistindo. A leveza dos equipamentos trouxe consigo aparelhos mais intuitivos e práticos, o que possibilita também maior acesso dos, por assim dizer, amadores produzirem conteúdos com altíssima qualidade e alcançar resultados próximos aos que eram exclusivos dos profissionais da área. Outra grande vantagem desta portabilidade e versatilidade que as novas tecnologias trouxeram é a redução da equipe de produção, uma vez que tona-se possível executar, de modo satisfatório, um produto audiovisual com menos pessoas no set.

Quais equipamentos são mais utilizados por esses produtores, quando pensamos em máquinas menores?

A chamada “popularização audiovisual” se deu, principalmente, pelas câmeras DSLR. Com elas é possível alcançar níveis profissionais tanto de fotografia quanto de vídeo, podendo ser operadas por um usuário comum e não exigem, necessariamente, uma faculdade ou curso especializado para começar a colocar a mão na massa. Atualmente percebo que os novos produtores de conteúdo estão preferindo as mirrorless, que são câmeras ainda mais leves que as DSLR, com funções de gravações automáticas de alto nível e que são capazes de oferecer excelente qualidade de imagem mesmo em situações de baixa luz.

É possível, com um equipamento leve, como um celular, chegar à mesma qualidade de um equipamento maior?

Alguns dos novos smartphones possuem, nativamente em suas configurações, qualidade surpreendente de gravação. Com eles é possível produzir imagens em super slow motion (câmera lenta), foco automático que identifica e segue o objeto ou a pessoa em cena e outras configurações que, antes, apenas eram possíveis em equipamentos desenhados exclusivamente para produções audiovisuais. Embora estas características sejam surpreendentes em termos de acessibilidade, ainda vejo alguns entraves importantes quando comparamos um celular a outros equipamentos de maior porte, como ergonomia, estabilização da imagem, capacidade de configurações manuais de acordo com a proposta de cada vídeo, versatilidade na troca de lentes e filtros e aceitação de outros aparelhos que aumentem a qualidade da produção, como entradas para microfones profissionais, baterias extras, cartões de memória mais rápidos e sincronização com outras câmeras. Ainda assim, existem profissionais que fazem verdadeiros “milagres” com um celular na mão.

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Mesmo as emissoras maiores já estão utilizando esses equipamentos. Na sua opinião, a ideia é baixar os gastos ou adaptar o visual àquele que as pessoas estão mais habituadas?

Acredito que a maior vantagem que existe em se utilizar um celular em produções audiovisuais se dê pelo fato de que nenhuma outra câmera no mercado seja mais fácil de ser utilizada, sendo necessário apenas tirá-la do bolso, acessar o aparelho e dar o rec. Isso garante que o momento seja registrado em alta qualidade, com muita velocidade e capacidade única de ser compartilhado em tempo real, sem que seja necessária uma grande equipe para que isso aconteça. Atualmente pensa-se em uma “equipe de um homem só”, que seja capaz de gravar o próprio vídeo, editar (caso necessário), captar o áudio, postar e compartilhar para o mundo a sua produção. Sem dúvidas esta nova configuração de profissional é mais barata para a empresa, mas tendo a pensar que se trata muito mais de atender a uma nova demanda da audiência, que é mais urgente e focada em novidades, do que quanto esta pessoa receberá no fim do mês.

E em suas aulas, como você aborda o aprendizado com esses equipamentos e como os alunos reagem?

Como professor de produção audiovisual, busco chamar a atenção dos alunos de que o melhor equipamento que existe no mercado é aquele que temos. Se é um celular de R$ 500 ou uma câmera de R$ 50 mil, ambos precisam ser conhecidos e estudados para que seja retirado o melhor de cada um. No caso do celular, hoje em dia todo mundo tem um no bolso. Sendo assim, cada pessoa pode começar a gravar a qualquer momento!

É mais fácil trabalhar com esse tipo de equipamento?

Sem dúvida. Com um celular na mão, todo o vídeo está a um clique de distância do produtor. Embora seja mais fácil, ainda assim é necessário que a pessoa invista tempo para conhecer todas as funções do próprio aparelho e sua capacidade. É importante também entender que o simples fato de gravar com um celular já garante uma linguagem audiovisual que segue esta ação. Não aconselharia ninguém a rodar um longa-metragem utilizando um celular. Apesar de ser possível, não vejo como o modo mais prático para este tipo de projeto.


Link original: https://tvtecjundiai.com.br/news/2017/09/18/pequenos-equipamentos-sao-surpreendentes/

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