Jundiaiense de coração conta inÃcio da web no paÃs
Leia mais Análise ▪ Economia ▪ Tecnologia ▪ tecnologiaCom prazer transcrevo aqui a história narrada pelo jornalista Paulo Jorge Leal de Brito, o PB, nascido em Belém do Pará e desde muito cedo radicado com a famÃlia na terra de Petronilha Antunes e Rafael de Oliveira. Ele está entre os pioneiros do jornalismo online no PaÃs e tornou-se um grande especialista em Tecnologia da Informação, atualmente na área de segurança na web, tocando o site Cibersecurity. Poucos sabem, mas em 1978, PB foi um dos criadores da Imprensa Oficial do MunicÃpio de Jundiaà (hoje online), que significou à época importante economia para os cofres públicos. Para ele, o jornalismo em veÃculos de papel resistirá como os discos de vinil…
“Esta história tem 23 anos. Preciso contá-la para registro, e para os historiadores aproveitarem como puderem. Trabalhei na Abril em três ocasiões. A terceira na Info Exame, justamente no ano em que Internet foi aberta para o Brasil, 1995. O diretor era o Antonio Machado, o editor chefe o Murilo Martino e na redação eu, Silvia Bassi, Machadinho, Sonia Penteado, Jose Antonio Alves Ramalho e mais uma porção de outros da imprensa de TI.
O conhecimento do assunto levou as questões e decisões sobre mÃdia digital para a nossa redação e ali começou o Brasil Online (BOL), primeira operação digital da editora. Todos nós, sem exceção, sabÃamos muito bem o que era uma rede. E tivemos a percepção clarÃssima do poder da internet quando pudemos navegar de um servidor para outro, abrindo páginas com informação instantânea de outros paÃses, usando um browser Mosaic – texto, imagem, som, vÃdeo, tudo na mesma tela. Aquilo era fantástico. Aquilo era a mÃdia do futuro – era essa a nossa percepção. Achávamos que a Editora não podia perder aquela oportunidade. Mas não sabÃamos bem como.
Houve, certo dia, uma reunião da redação de Info, liderada pelo Machado, com o VP editorial, que na época era o Thomaz Souto Corrêa. Me lembro que era para trocar ideias sobre oportunidades no mundo digital. Bem, ela terminou para mim com uma frase inesquecÃvel do Thomaz, dizendo mais ou menos o seguinte: “Isso é bacana sim. Mas não esqueçamos que somos uma editora de revistas”. Foi o primeiro balde de água fria nas minhas expectativas. O segundo foi quando fiquei sabendo que a Editora passara o BOL para as mãos do UOL.
Não demorei a pedir demissão e a buscar outros rumos. Dois anos depois eu estava trabalhando no inÃcio das operações de Internet da Agência Estado. Ninguém tem bola de cristal para decidir isto ou aquilo. A Folha de S. Paulo também não tinha. Mas investiu na direção certa e a operação UOL parece que vai bem, obrigado. O Estado de S. Paulo perdeu oportunidades também, embora Rodrigo Lara Mesquita tenha apontado muitos caminhos dirigindo a Agência Estado. Outros veÃculos também fecharão. Semana passada foi um jornal de Araras. Os veÃculos de papel não morrerão. Resistirão como os discos de vinil, ou seja, serão poucos e em edições limitadas. Mais notÃcias no decorrer dos próximos anos…
A internet permitiu o surgimento de uma enorme quantidade de publicações, tanto de pessoas jurÃdicas quanto fÃsicas. Mas eu acho que isso também proporcionou uma queda no valor dos salários e frilas para os jornalistas. Seja isso verdade ou não, houve uma transformação na mÃdia, e continuará havendo.”
(Por: Paulo Brito, )
Os comentários para este artigo já foram encerrados.