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TVTEC Blog com Pedro Fávaro Jr.
21
fevereiro 2019

Jundiaiense fala do medo em Ouro Preto, após alerta sobre barragem da Vale em Vargem Grande

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O risco de rompimento de barragem Vargem Grande, em Nova Lima, região metropolitana de Belo Horizonte (BH) provocou a interdição da BR-356, no acesso a Itabirito e Ouro Preto, por tempo indeterminado  entre os km 35 (Lagoa das Codornas) até o km 50 (portal de Itabirito). Logo que vi a notícia, nesta quarta-feira(20) pensei na jundiaiense Bel Gurgel que tem um trabalho hercúleo na região, em prol das artes. Fiz contato para saber como ela está com o alerta sobre o rompimento da barragem.

“Pedro, desde ontem (20/2), a cidade, depois do alerta, da nota da Prefeitura à população, a insegurança é geral. Estamos sentindo muito medo. Estamos suscetíveis desse jeito à sorte? Ao além??? Não é justo! Para chegar em BH temos que pegar uma estrada cheia de caminhões andar mais de 85 km num tráfego absurdo!”, confirma a jundiaiense Isabel Gurgel, que entre idas e vindas está na cidade que é Patrimônio Cultural da Humanidade faz 20 anos.

Para se ter uma ideia, os carros de passeio e veículos leves em geral deverão fazer um desvio de 43 quilômetros passando pela MG-030 em Nova Lima e Rio Acima, até chegar a Itabirito.  Já para os veículos pesados a viagem pode aumentar em até 80 quilômetros, passando pela BR-040 em Ouro Branco, seguindo até Ouro Preto pela MG-443 para chegar a Itabirito. Se o motorista chegar na entrada da MG-030 e, quiser enfrentar um trecho de terra pela comunidade Lobo Leite, o desvio caí para 43 quilômetros.

“Se um local patrimônio cultural da humanidade, com 70 mil habitantes, está à beira de uma calamidade como essa ou perto disso quem é culpado? A gestão pública!!! Não há planejamento urbano! É muita instabilidade. É um absurdo isso. Pra piorar não para de chover!”, desabafa a criadora e presidente executiva do Instituto de Arte Contemporânea de Ouro Preto (IA), uma associação civil sem fins lucrativos, financiada por donativos públicos e privados.

Bel Gurgel informa que a missão definida nos estatutos do IA é a de viabilizar o desenvolvimento das comunidades, inicialmente de Ouro Preto, Mariana e região, fomentando as expressões artísticas endêmicas – portanto exaltando a diáspora africana e a gênese da nacionalidade -, por meio de residências artísticas que promovam diálogos com a arte e artistas do mundo em seus processos de criação. Mas o alerta a deixou indignada. “Eu realmente estou pensando se fico aqui ou se passo um tempo fora com Sofia (é a filha de 13 anos de Bel). E o instituto? São 7 anos de projeto. Acabamos de ser aprovados na Lei Rouanet para a primeira fase do IA: plano anual das atividades do IA para 2019. Quem vai arcar com isso?”, indaga. “É muita vulnerabilidade!”, desabafa.

(Imagens: Arquivo Pessoal e Ramon Lisboa/Estado de Minas/D.A Press)


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